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Isto é assim, já que aqui estou, vou abordar um tópico que é tabu (não sei bem porquê) sem rodeios. Em relação à vossa política de infracção de direitos de autor, nomeadamente na partilha ilegal de ficheiros online através do protocol p2p ou descarregamento direto.



Gostaria que me pudessem esclarecer em relação à forma como a NOS efectua o tratamento de uma reclamação. Quanto tempo demora, os procedimentos, ad infinitum. Se me puderem reencaminhar para documentação oficial, tudo bem. Senão uma explicação sucinta e concisa.



A gente ouve que se recebe uma notificação por carta. Que em outros países os ISP's dão três avisos. Ora bem, em mais de cinco anos como infame pirata de médio perfil para fins de consumo não lucrativos, com uma média de 1TB descarregado por mês e apenas 30GB partilhados (daí o 'infame' 🆒), eu nunca recebi tal notificação.



Agora é assim, eu entendo que se sintam um tanto reticentes em abordar o assunto, mas agradeceria que se falasse nisto, porque é importante. Não existe um único post neste fórum com as palavras chave 'torrent' ou 'BitTorrent', o que diz bem sobre a hesitação e o medo de muita gente em abordar o tema diretamente com o ISP.



Eu acredito que esta comunicação é indispensável, tendo em conta a preponderancia e o peso que o tráfego de partilha de conteúdo ao abrigo de protecção de direitos de autor através de p2p tem. O ISP existe para proteger os seus consumidores e a internet democrática e livre, não para se genufletir perantes os copyright trolls e as companhias que representam.



Sinceramente,



David Santos
Espero enganar-me mas julgo que aqui não conseguirás obter uma resposta pública sobre o assunto.

Infelizmente em Portugal temos de abordar questões básicas e simples e sempre pela positiva como se vivesse-mos numa bolha.

Questões mais técnicas e de determinada especificidade são temas tabu que as empresas julgam que os seus clientes não conhecem e teimam em afirmar inclusive que não lhes interessa como se eles (empresas) porque acreditam ter essa capacidade de exercício.

Mas a culpa também é dos utilizadores que ou entra mosca ou sai mXXX e o resto não fala porque já tem a injecção das empresas onde trabalha.
Esta postura de mudez já era um tanto expectável. É uma questão bastante simples. Não é como se estivesse a entrar em uma sala cheia de generais em ordem de lhes inquirir sobre as estratégias de combate. Pelo silêncio também é possível deduzir bastante, embora não passe de especulação. Ou eles têm uma estratégia bem definida que passa por proteger os seus clientes, uma que faz algumas concessões.



As pessoas têm de entender que os nossos ISP's não são agentes das empresas de DMCA. O que acontece é que no swarm os copyright trolls recolhem provas e entregam um relatório para o ISP em questão. O que eu queria saber é como é que a NOS efectua o tratamento dessas reclamações para consumidores não lucrativos. Se enviam uma carta notificando a infracção. Se pegam na reclamação e a atiram diretamente para a 'reciclagem'. Se estão obrigados por lei a notificar o infrator em questão.



A NOS, SGPS S.A. tem vários interesses comerciais e motivos ulteriores, como a sua cadeia de cinemas e o contrato com a SportTV. Essas afiliações são apenas a ponta do iceberg. A pirataria é um problema pequeno neste momento. Os fornecedores de internet em Portugal deverão estar satisfeitos com os efeitos dos barramentos de websites, proxies e espelhos conhecidos pela disseminação de pirataria. Está tudo contente. Eles porque não têm pressão por parte das companhias de direitos de autor e políticos, e os piratas que conseguem caber dois dedos na testa porque os ignóbeis contribuem para essas estatísticas. Mentecaptos esses que só representam um peso para a rede de partilha.



O mais certo é eu mudar de fornecedor. Não gosto de duas faces. Ou estão em favor de uma internet democrática e livre, ou com os opressores. A partilha de ficheiros nunca vai acabar. Somos muito mais do que uma clique, somos uma legião. Não é Netflix, Amazon, Hulu, Youtube ou Spotify que vai abrandar o movimento. Uma pessoa não pode ser complacente com esta exploração. Esses caretas vivem à custa da estupidificação das massas que paga pelos seus lattes e ainda agradecem com sorrisos por serem roubados.



As companhias e os artistas necessitam de uma nova plataforma. As companhias que referi estão a ir no sentido certo, mas não é suficiente. O que vai impedir alguém de partilhar seja o que for com o próximo? Se o p2p acabar, temos centenas de alternativas. Eles não se importam, desde que a larga maioria continue cega perante o aproveitamento. Sabes que mais, isto é uma política de varrer para debaixo do tapete. Nem mais, nem menos. Mas mais cedo ou mais tarde terão de lidar com a realidade.



Vamos viver para a Espanha ou para a Suíça onde é perfeitamente legal para fins não lucrativos. Também é legal na Polónia ou na Holanda para contéudo cultural. Não é questão de eu necessitar da pirataria, é questão de me preocupar com aqueles que não têm acesso ou meios de obter esse conteúdo. É uma questão social, política, económica. Não é malandragem.
Solução temporária para interessados.



https://torrentfreak.com/received-a-piracy-warning-from-your-isp-heres-what-to-do-181007/

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